quarta-feira, 18 de abril de 2012

Excalibur

Your Body is A Wonderland by John Mayer on Grooveshark


Tem, pra ti, dentro de si, e assim administra, uma espécie de cofre com um universo dentro dele, e lá reserva outra pessoa e que também é tu mesma, e tudo ao mesmo tempo. Por fora, se defende como um cavaleiro medieval, e assim o faz, com metal, força, intransponibilidade, e sem mostrar muito receio.

Mas por astúcia descobri, por entre toda a armadura, como enxergar o que há por dentro. Descobri um portal, vi uma mínima partícula de universo através da tua íris e fui grande pra ver o que tinha lá. Derrotei o guerreiro por ele ter mostrado inevitavelmente a sua única e singular fraqueza à minha percepção.

É todo o teu mundo, o teu mais puro e o teu mais íntimo, que só se transparece em uma mínima fração de segundo que o teu olhar brilha mais forte, enquanto vira a cabeça de lado e deixa o cabelo no rosto tapar qualquer maior informação. E o que está lá é também o que mais me encanta, me cativa, me toca profundamente.

Então, entendi o sistema daquele reino pessoal. Aquele cavaleiro nada mais do que protegia e servia a sua própria rainha. Protegia nada mais do que o mais íntimo da sua personalidade, aquilo que realmente formava aquela realeza: seu castelo de sentimentos, aspirações, inspirações, pensamentos e desejos.

E tinha em mãos todas as chaves. Só eu. Conquista única, intransferível e incabível de ser feita por outro alguém, assim como fez Arthur com sua espada. Ninguém vai saber o que realmente existe por trás daqueles olhos. Não do modo e com a intensidade que eu vi. Se entrei ou não nesse universo pra ver quão lindo era? Tão óbvio quanto enfim achar o amor e não querer provar.

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