sábado, 8 de setembro de 2012

Santuário

O descobrimento (part. 1/4)

The Shrine / An Argument by Fleet Foxes on Grooveshark

Passou-se um bom e considerável tempo. A humanidade mal era a humana. Entre outros, não havia como perceber se os homens controlavam os seus ímpetos consumistas e esvaziados ou se os próprios ímpetos os controlavam. As pessoas eram frias de carne e osso que conviviam com outras máquinas frias de outros materiais.

O amor, ao meio daquele veloz e ao mesmo tempo apático cenário, era considerado apenas uma corrente filosófica, uma teoria lado b que em tempos anteriores poderia haver indícios de que ele poderia ser sentido, ou, em extrema e radical hipótese, vivenciado.

Arqueólogos saudosistas, quase artesanais, que usariam essa atividade mais como um esporte, viram aquela grande pedra em cima de uma história, anos e anos depois, e passaram a estudá-la a fim de entendê-la, buscar provas, classificar o que dá sentido ao ser humano em um sentido antropológico. Mas haveria de ser mais que um estudo.

Embaixo daquele enorme bloco havia todo um universo desconhecido aos atuais. Aquele mundo totalmente voltado ao racional recebeu um tapa na cara das verdades da época: o grande motor da humanidade não estava na ciência, tecnologia ou no que poderia se explicar.

Havia um outro mundo ancestral onde a razão era justificada pela emoção.
De fato, havia coisas sem explicação, mas que eram sentidas mais forte que todas as razões juntas. E a lenda se tornou real: cada vez que duas pessoas se atraiam (consideravelmente) por determinados sentimentos, era criado uma espécie de universo paralelo entre elas.

Na descoberta, havia o nosso mundo escrito, sentido e arquivado com todas suas provas. Mas a história de dois protagonistas equivalentes era escrita por apenas uma e solitária mão. Do meu punho era escrita essa história como se fosse a última canção, e aquelas lembranças e evidências nada mais era que um santuário de sentimentos.

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